"Os andarilhos, as crianças e os passarinhos
têm o dom de ser poesia."
Manoel de Barros
Diálogo com uma turminha que observava o lago cheio de carpas do UniÍtalo:
Menino mais velho – Quem botou os peixes aqui moça, foi você?
Eu – Não, acho que foi o Reitor.
Menino mais novo – Ele botou os peixinhos aqui para a gente amar?
Eu – (risos) é acho que foi sim.
Menino mais velho – Você mora aqui? Eu queria morar aqui, tem pavão, tem natureza.
Eu – Trabalho aqui, é bonito né?
Menino mais velho – Você trabalha aqui? E faz o quê?
Eu – Trabalho com palavras.
Pergunto para cada um, se gostariam de estudar em uma Universidade quando crescessem e o que gostariam de estudar.
Menino mais velho – Eu queria mesmo é conhecer o mundo, é grande né? Quero ser jogador de futebol.
Menino mais novo – Meu negócio é pipa, você sabe empinar pipa moça?
Eu – Não, um dia você me ensina?
Menino mais novo – Ah! Mas isso toda criança sabe fazer!
E de repente a voz de uma menina que só agora eu ouvia me perguntou:
– Moça, quem trabalha com palavras não pode ser criança e fazê-las voarem no céu como pipas?
Senti o coração aquecido por aquela pergunta e, então, respondi:
– Sim minha querida, acho que trabalhar com palavras é fazê-las saírem do papel e se sentir um pouco criança enquanto as vê voarem tão alto, mas tão alto, que todas as crianças do mundo possam ouvi-las e se encantar com elas...
E ouvi uma vez mais aquela doce voz:
– Então é isso que quero fazer aqui, estudar palavras.
E ouvi uma vez mais aquela doce voz:
– Então é isso que quero fazer aqui, estudar palavras.
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